O silício é um nutriente considerado benéfico não essencial, isto é, ele não é classificado como necessário para que as plantas completem o seu ciclo vegetal. Porém, estudos têm mostrado que pode ser importante por apresentar uma série de efeitos benéficos, auxiliando no crescimento e tolerância de estresses bióticos e abióticos.
Ele é absorvido pelas plantas preferencialmente na forma de ácido monossilícico, que possui sua disponibilidade regulada pelo pH, temperatura, teor de matéria orgânica do solo e concentração de silício na solução (Jones & Handreck, 1967).
Segundo Ma e Yamaji (2006) e Abdalla (2011), o aumento da sua disponibilidade tem resultado em incrementos no crescimento e na produtividade da planta, já que o elemento pode atuar de forma indireta sobre alguns aspectos fotossintéticos e bioquímicos, e principalmente quando estas plantas estão submetidas a algum tipo de estresse, sendo biótica ou abiótica.
Estudos mostram que o Si modifica parâmetros do metabolismo fotossintético, promovendo alterações nos pigmentos, e segundo Sattar et al (2019) ele aumenta a condutância estomática, influenciando diretamente na taxa fotossintética da planta.
Na condutância estomática ele aprimora o potencial hídrico dentro das folhas devido à redução da transpiração graças à formação de uma dupla camada de sílica cuticular que limita a abertura estomática (Hattori et al., 2005; Matoh et al., 1991).
Quando falamos de resistência à lagartas, o silício também apresenta benefícios, Goussain et al (2002), verificou em seu trabalho um efeito significativo do silício na mortalidade de lagartas Spodoptera frugiperda ao final do 2º ínstar, alimentadas com folhas provenientes de plantas que receberam esse nutriente. Essas lagartas apresentaram mortalidade de 6,8%, enquanto a testemunha, sem adição de silício, apresentou uma mortalidade de 3,3%.
Por isso, na hora de escolher sua fonte de silício, escolha fontes que possuem um efeito mais longo, pois assim melhor poderá ser a expressão dos benefícios do uso do silício nas plantas.
Referência Bibliográfica
ABDALLA, M.M. Beneficial effects of diatomite on growth, the biochemical contents and polymorphic DNA in Lupinus albus plants grown under water stress. Agriculture and Biology Journal of North America, v.2, p.207-220, 2011.
GOUSSAIN, M. M. et al. Efeito da aplicação de silício em plantas de milho no desenvolvimento biológico da lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (J.E.Smith) (Lepidoptera: noctuidae). Neotropical Entomology, [S.L.], v. 31, n. 2, p. 305-310, jun. 2002. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1590/s1519-566×2002000200019.
Hattori, A., S. Inanaga, H. Araki, P. An, S. Mortia, M. Luxova, and A. Lux. 2005. Application of silicon enhanced drought tolerance in sorghum bicolor. Journal of Plant Physiology 123: 459–466.
JONES, L.H.P.; HANDRECK, K.A. Silica in soils, plants, and animals. Advances in Agronomy, v.19, p.107-149, 1967.
MA, J.F.; YAMAJI, N. Silicon uptake and accumulation in higher plants. Trends in Plant Science, v.11, p.392-397, 2006.
Matoh, T., S. Murata, and E. Takahashi. 1991. Effect of silicate application on photosynthesis of rice plants. Japan. Journal of Soil Science and Plant Nurtition 62: 248– 251.
Sattar, A., Cheema, M. A., Sher, A., Ijaz, M., Ul-Allah, S., Nawaz, A., et al. 2019. Physiological and biochemical attributes of bread wheat (Triticum aestivum L.) seedlings are influenced by foliar application of silicon and selenium under water deficit. Acta Physiol. Plant 41, 1–11. doi: 10.1007/s11738-019-2938-2